sábado, 31 de março de 2012

A música na minha vida


Incrível como tanta coisa na minha vida se relaciona com a Mocidade Independente Turma do Saco, a MITS, como gostávamos de chamar. De todas,  a música é a mais originalmente influenciada pela minha inserção nesse bloco organizado da Ilha de São Luís, que há mais de 27 anos eu estou afastado fisicamente, mas que carrego na minha mente para a vida inteira.
Como quase tudo que se fazia na Turma do Saco o nosso amigo Zeca Pilu tinha algum tipo de culpa, com a influência que a música tem na minha vida, não é diferente.
Tudo começou quando eu fiz um samba para o ritmo de bloco tradicional e, durante um dos nossos papos na calçada da minha casa, eu mostrei para os amigos e, de pronto, Henrique Pilu pegou o papel da minha mão e disse: vou levar para dona Zelinda Lima, e explicou: - agora a Maratur está exigindo que cada bloco organizado tenha um samba. E, sacudindo o papel, ele concluiu, “este vai ser o samba da Turma do Saco”. E sem dar tempo para qualquer reação, Henrique já foi saindo rumo a casa dele dizendo que ia se aprontar para entregar o samba.
Pronto, Henrique disse, estava dito. Ele era presidente da Turma do Saco e, naquela ocasião ninguém se manifestou contrário a sua atitude. Depois disso, nos ensaios do bloco, passamos a cantar o samba e desde então eu passei a sentir-me credenciado a compor o samba para o próximo ano e, assim foi por muito tempo.
Tudo que eu fazia nós cantávamos nas nossas rodas de samba e isso contribuiu para incrementar o meu gosto pela composição.
De 1974 até aqui muita água já passou por baixo da ponte, muita coisa já mudou na minha vida. Naquele tempo eu tinha apenas quase 17 anos, hoje eu já estou com quase 55 anos de hestória. Quanta hestória! De lá pra cá muitas músicas emergiram por vários motivos. Muitas delas surgiram para motivar a minha vida, criar hestória.
Agora, depois de 38 anos de sambas e canções de outros gêneros musicais, eu interroguei-me sobre o que fazer com todo o acervo musical que eu fiz. Daí ocorreu-me fazer um projeto que permitisse a publicação de, pelo menos, uma parte, diante da impossibilidade da publicação fonográfica de tudo.
Creiam, nesse projeto sinto-me influenciado pelo que aconteceu com o meu tio e padrinho Joaquim Paz de Linhares, o Careca. Ele foi fundador da Turma do Quinto e compôs vários sambas enquanto morou no bairro da Madre Deus. Depois foi trabalhar em Rosário, onde era chefe da Rede Ferroviária Federal S. A. – REFESA, e desde então, o compositor foi esquecido. Como as músicas do meu tio não foram escritas, nem gravadas, foram esquecidas, perdidas e hoje tudo que o lembra com relação à música é um samba que ficou na memória oral da escola de samba Turma do Quinto, que diz: “Salve, salve a nossa escola de samba/escola que o Quinto criou”... Particularmente, sinto falta de tudo que foi perdido e que eu sequer cheguei a conhecer, porque tudo o que ele fez é parte da história da minha família e, desta, ele foi um expoente.
Lembro-me da minha mãe cantando, enquanto esfregava roupa no banco de lavar, canções da Madre Deus, ou que por lá eram cantadas: sambas, versos dedicados ao Divino Espírito Santo, sambas de rodas que tinham um misto de doutrinas de umbanda, toadas de bumba-meu-boi, cantigas do baralho. Eu a admirava e de vez em quando ela contava uma história relacionada a uma música. Mas nada do que ela cantava ou contava ficou registrado.
Não desejo que tudo que fiz seja tragado pelo tempo sem qualquer registro. Por isso, tenho escrito a maioria das músicas que fiz. Muitas não passam de letras, pois eu esqueci suas respectivas melodias, entretanto, lembro da melodia da maioria e as tenho escritas e guardadas na memória do meu computador.
Como todos podem observar, este é um projeto para além de pessoal. Desejo que as gerações futuras saibam que em Rosário nasceu um Luiz Fernando, filho de uma mulher conhecida pelo nome de Joana Palitó, que um dia migrou para São Luís e ali participou da fundação de uma entidade carnavalesca chamada Turma do Saco, que desfila até nossos dias nos carnavais da ilha e possui muitos títulos de campeã da categoria bloco organizado. Que dentre tantas músicas que eu compus, muitos sambas foram feitos especialmente para o bloco.
Com este projeto não procuro visibilidade pessoal, mas visibilidade de um acervo cultural que transcende a minha história pessoal e faz parte da história social de um bloco carnavalesco, de um bairro que me acolheu em determinada época da minha vida.
Estou chamando este projeto de “Luiz Fernando, 40 anos de música” e o estou executando paulatinamente. Mas, percebi que a execução de um projeto desta estirpe não é fácil para uma só pessoa fazer. Na verdade, não se faz um projeto deste sozinho, porque a sua natureza envolve músicos, estúdio, direção musical, direção de produção e muitas outras ações que implicam em custos quase sempre elevados.
Por isto estou procurando parcerias para o financiamento da execução deste projeto. Se alguém que visitar este blog puder ajudar de alguma forma na realização deste projeto, por obséquio, entre em contato comigo. Toda ajuda será bem-vinda.
Obrigado por comentar.

domingo, 25 de março de 2012

A reinvenção de si



Luiz Fernando do Rosário Linhares[i]
Nestes tempos de mudanças constantes temos que estar atentos a todo o momento, como fala o compositor Paulinho da Viola, na sua linda música Rumo dos ventos, “A toda hora rola uma história que é preciso estar atento/A todo instante rola um movimento que muda o rumo dos ventos”. Hoje, na era da informação, as histórias fluem de maneira tão intensa e numa velocidade tamanha, que se não estivermos atentos ficaremos à margem dos acontecimentos. Pior: sucumbiremos a eles.
Profissionalmente não é diferente, o que fazemos hoje é visto, lido, apreciado, consumido instantaneamente. Como numa partida de basquete, não temos muito tempo para comemorar o ponto que se converte, a velocidade da informação nos empurra de volta ao campo da criação, para onde devemos retornar à busca constante de novos conhecimentos que nos leve à geração de novos fatos profissionalmente positivos.
Veja na música, por exemplo. A cada quinze minutos a mídia apresenta um sucesso, ou um pseudossucesso. Aí entra em cena um cantor desconhecido que vai estar em todos os programas de televisão cantando, de modo geral, uma música de letra fútil e melodia escrachada, pouco criativa, mas que está na boca do povo. Surfa na onda: vende discos, apresenta-se na televisão, faz shows, ganha algum dinheiro e desaparece, não raras vezes, para sempre.
A aparição do artista, a superexposição na mídia o deixa acostumado e, quando a mídia não lhe permite mais o espaço de outrora ele/a cai em depressão, se afoga em drogas, bebidas, acaba a festa. Poucos lhe procuram; o campo de trabalho míngua, as oportunidades escasseiam. É a hora de respirar, voltar ao campo da criação, da renovação e procurar reinventar-se, mas, algumas das vezes as pessoas, ao invés de aproveitarem o momento para dar descanso à mente e devolvê-la o poder criativo, tornam-se refém do sucesso a qualquer preço e uns até se expõem ao ridículo.
Com os profissionais anônimos, a coisa não é tão diferente. Apesar de não estarem sujeitos a superexposição, são da mesma forma exigidos pelas empresas para as quais trabalham que produzam como máquinas. Quem trabalha com vendas sabe disso, quanto mais vende, mais lhe exigem que venda. São metas e metas e metas a bater, num mercado supercompetitivo, onde se convive, muitas vezes, com concorrentes de superior competitividade. Mas, no mercado há espaço para todo mundo. Acredito.
Um profissional brilhante no ano passado pode perder espaço neste ano para um novo profissional que surge na empresa. Isto é normal, embora as pessoas não o aceitem facilmente. Todos querem estar no pódio sempre. Por esta razão poucos se permitem correr risco, sair da chamada zona de conforto. Conquistam uma posição dentro de uma área que dominam e não querem mais sair dali. Ir para outra área significa disponibilizar tempo para aprender coisas novas, correr risco e ao mesmo tempo produzir. Eis a mudança, coisa que mete medo até mesmo aos mais competentes profissionais. Mudança mais que uma palavra é uma situação cheia de sentidos que exige dos profissionais plasticidade suficiente para adequar-se a ela. Aqui reside a razão pela qual muitos abdicam até mesmo da ascensão profissional – mudanças, ou o medo de mudarem.
Hoje eu ouvi uma frase de um diretor de futebol, que dizia, referindo-se a um jogador brasileiro internacionalmente famoso, mas que no momento atravessa uma fase delicada: “Aqui não se trabalha com o nome”. Traduzindo: para ele , o que o famoso jogador fez no passado passou, o que interessa são os resultados que ele porventura apresentasse dali para diante, conforme o interesse do clube. Lembrem-se, o clube é uma empresa e o jogador é um funcionário, um servidor, um fornecedor de resultados. Não dá resultado, vai embora.
No mundo em que vivemos, ao que tudo indica, não há da parte da empresa muita paciência para esperar aqueles/as que passam por má fase. Se são bons, se deram resultados no passado, dane-se, para algumas empresas o que interessa é o aqui e agora. É o rolo compressor do mercado passando por sobre a história de cada um.
Diante dessa situação é que se deve ter mais calma. É evidente a necessidade de se planejar, traçar objetivos factíveis nos traz a firmeza e a serenidade nos momentos difíceis, simplesmente porque quem assim o faz sabe exatamente onde deseja chegar. Os tropeços, os erros, as derrotas eventuais, são eventos passageiros, creiam. O que não se pode é abrir mão de um projeto que exige de si mesmo a constante alimentação do saber profissional.
Portanto, o que pode parecer uma má fase para outro profissional, para os que se planejam constitui um tempo que foi reservado ao aprendizado, à higiene mental, às viagens de conhecimento e autoconhecimento, ao descanso, à diversão, à reinvenção de si, o que lhe permitirá atuar no seu espaço profissional de forma competente, e ativamente cônscio.
A reinvenção pessoal passa por um desprendimento do profissional, um momento no âmbito do qual você deve se desligar totalmente daquilo que fez em seu trabalho durante o ano. Momento em que você deve experimentar o diferente. Viajar para lugares desconhecidos, conviver com pessoas diferentes, ler um novo livro, escrever, assistir filmes diversos, assistir espetáculos teatrais, esportivos, circenses, musicais. Abrir-se a novas experiências pode ajudar profissionalmente. Dar vazão a potenciais que você tem para além do que faz profissionalmente no seu cotidiano, pode, indiretamente, lhe acrescentar saberes, criatividade e dinamismo para o exercício da sua vida profissional.
Ah, não esqueça, inicie suas atividades sempre pelo planejamento. Cuidado com o ativismo sem objetividade. Lembre-se, quem não sabe onde deseja chegar não chegará a lugar nenhum. Portanto, quando começar as suas atividades, defina bem os seus objetivo e a estratégia para alcançá-los  siga em frente.


[i] O autor é MS em Políticas Públicas.  

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sexta-feira, 16 de março de 2012

O Exame Nacional do Ensino Médio um projeto socializante



Luiz Fernando do Rosário Linhares[1]

Se é verdade que o Brasil de hoje ainda há muitos traumas dos vinte e tantos anos de ditadura militar, também é verdade que ainda encontramos por aqui cacoetes de um socialismo utópico e ingenuamente pensado, mas sempre com desastrosas consequências.
Em governos passados observava-se uma mentalidade que pensava na homogeneização do país. Assim, formatavam programas que tendiam a tratar as diversas regiões como se fossem iguais, como se não tivessem peculiaridades que as diferenciassem entre si.
Nesse sentido, foram criados sob o signo de um planejamento centralizado sistemas de empresas nacionais, como Ceasa (Centrais de Abastecimento S. A.), Embrater, que congregava as empresas brasileiras de assistência técnica – Embrater, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), entre outras experiências.
Curiosamente, dentre essas instituições, aquelas que foram reformatadas, acolhidas pelos governos estaduais e adaptadas as peculiaridades das suas respectivas regiões, sobreviveram. As demais sucumbiram, ou vivem em inanição.
Anterior a essa experiência, temos o exemplo da previdência. Antes do Instituto Nacional de Previdência Social – INPS, hoje, Instituto Nacional de Seguro Social – INSS, toda instituição pública ou empresa privada possuía a sua caixa de pensão, ou seja, sua previdência particular, que funcionava muito bem e era, inclusive, objeto de fortalecimento das diversas categorias profissionais.
Com a criação do INSS, todos nós já sabemos o que aconteceu - as coisas pioraram. Os trabalhadores estão a cada dia menos assistidos e o governo após anos seguidos de contínua corrupção e malversação do dinheiro público, reclama de déficit na previdência e, como se fosse pouco punir o trabalhador brasileiro com corrupção e impunidade aos corruptos, o culpa pelo rombo na previdência.
O cenário hodierno mostra que a lição não foi aprendida, todos sabem que este é um país de dimensão continental, com regiões distintas, cada qual com as suas especificidades, entretanto, ainda há aqueles que insistem em tratá-lo como um pedaço de terra homogêneo.
Provavelmente, imbuído do mesmo pensamento que movia outros governos passados, o governo Lula veio ressuscitar uma fórmula natimorta, agora com a criação do Exame Nacional do Ensino Médio, Enem.
O Enem surgiu de uma demanda inexistente, uma dessas criações “inovadoras” surgidas unilateralmente da ideia de tecnocratas do governo, a partir de pressupostos de duvidosa consistência. Deu no que deu, provas flagrantemente roubadas e comercializadas; brigas na justiça, que partem de demandas de alunos que se viram prejudicados pelas lambanças presentes na execução do Enem. O Enem é mais um desses projetos que todos sabem que não dará certo, mas, alguns insistem em preservá-lo em nome e prejuízo da maioria.
Ainda bem que a insensatez não foi uma unanimidade, a Universidade de Brasília (UnB), a USP não consentiram expor os alunos demandantes de vagas nas suas faculdades aos desmandos do Enem. Isto prova que a insensatez do Enem não grassa em todo o país, resta-nos alguns nichos de sensatez.



[1] O autor é MS em Políticas Públicas. 

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sexta-feira, 9 de março de 2012

Da condução elegante à limpeza da cidade


O trânsito de São Luís está horrível, carece de planejamento, precisa ser repensado de forma extrema e cuidadosamente profissional.
São Luís precisa de transporte rápido de grande capacidade. Estou falando de metrô de superfície.
Precisa aperfeiçoar a programação do transporte, ou melhor, das linhas de integração existentes. O que não pode é deixar como está. O povo ludovicense não merece isso. Concorda? São Luís precisa de administração que mostre amor telúrico ao agir. Gente trabalhadora e honesta como o nosso povo, que transforme voto em trabalho. Que acabe com as palafitas, que retire das áreas de risco todos os casebres. Que construa escolas que funcionem em tempo integral. Que coloque o Ginásio Costa Rodrigues em funcionamento como antes, com as escolinhas de basquete, voleibol, basquetebol e todos os outros esportes olímpicos que lá couber. Que recupere as feiras e mercados, ou jogue a toalha no chão, privatizando-os como sinal da incompetência do poder público municipal.
Estou querendo demais? Nada disso, estou apenas querendo que recuperem a cidade que tínhamos.
Nós precisamos melhorar a cidade que temos e que amamos. Mas, não só o poder público tem que funcionar. Cada cidadão tem a sua parte de contribuição.
Reconhecida a precariedade do trânsito, devemos ser mais gentis quando na condução de veículos automotores. Evitar brigas no trânsito, mais do que uma necessidade, é um ato de educação. Obedecer à sinalização, especialmente a que implica no respeito ao direito dos pedestres e ciclistas, também faz parte do bom exercício da cidadania.
Mais que desnecessário é o ato de jogar lixo pela janela do carro. Caríssimos, hoje todos os postos de lavagem oferecem, gentilmente, saquinhos próprios ao acondicionamento de lixo no carro. E, na falta deste, qualquer saquinho pode ser utilizado para isso.
Nada de jogar latinha de refrigerante na rua ou na avenida. Este é um ato ridículo que deve ser descartado. Quem gosta de cidade limpa não a suja.
Ninguém tem o direito de sujar os espaços públicos. Isto significa adentrar no direito de outros cidadãos. Além de tudo, zelar a cidade que vivemos é mais que um ato de educação, um gesto de amor.
É fato, da condução elegante ao zelo pelo patrimônio público temos oportunidades para demonstrar o nosso amor pela cidade. Não precisa muito, basta ser elegante, gentil, educado, cuidadoso para com ela – a Ilha do Amor.

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segunda-feira, 5 de março de 2012

Bem-te-vi a resistir a insensatez humana


Do rouxinol que voava entre as árvores do quintal da casa onde passei a minha infância eu só guardo a lembrança.  Se ainda existem são raros. Há quem diga que foram substituídos pelos pardais, mas como podem os pardais substituir os rouxinóis se destes não têm o canto, a beleza, o encanto?
Os rouxinóis são uma referência perdida da minha infância. Não ver rouxinóis nos lugares por onde eu ando é como chegar a Rosário e não ver a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, onde eu me batizei; ou me deparar com a inexistência do Grupo Escolar Joaquim Santos, onde eu estudei o primário (hoje ensino fundamental menor).
Mas nem tudo na vida são perdas. Durante todo o curso da minha vida ouvi o canto de um pássaro que para mim é o mais significativo símbolo de resistência da natureza – o bem-te-vi.
O bem-te-vi é um pássaro que carrega em si o signo da liberdade. Não atrai a atenção do homem para os rigores da prisão domiciliar nas nefastas gaiolas utilizadas por aqueles que habitualmente prendem pássaros para ouvir os seus cantos. Barbárie! Não percebem eles que qualquer ser que emita um canto de boa sonoridade cantará melhor se estiver livre, no seu habitat natural? Mas, não há do que se admirar quando se pensa na capacidade ou nos quereres dos seres humanos. Lembro de um professor da Escola de Agronomia do Maranhão que advertia-nos - “nós somos tudo em potencial”.
De repente nos surpreendemos com o canto de um pássaro que pode estar no galho de uma árvore ou no fio da rede elétrica. Seja de onde for ele entoa o canto irretocável bem-te-viiiii.
Provavelmente, o canto do bem-te-vi foi desde sempre a causa do desinteresse do homem em aprisioná-lo. Creio que os adeptos do aprisionamento dos pássaros de sonoridade exuberante ficavam desconsertados e, por isto, desconcertados, com o canto do bem-te-vi. Quando o bem-te-vi emite o seu canto, o homem o percebe como uma acusação, como uma desconsertante distinção por atos ecologicamente incorretos que os homens cometem desde os primórdios.
Então para que trazer para perto de si um pássaro que passa a vida a apontar o seu “dominador” com acusação do tipo:
- bem-te-vi a desmatar os espaços onde eu vivia e eu ainda resisti;
- bem-te-vi a erguer blocos de concreto onde outrora era mata que me abrigava e alimentava, e eu resisti;
- bem-te-vi a tocar fogo na mata abundante que abrigava a mim e outras tantas espécies e eu resisti;
- bem-te-vi a inundar as imensas áreas verdes, afogando entes que não voam e não nadam e eu resisti;
- bem-te-vi me atirando pedras com teus estilingues e outros projéteis com armas de fogo e eu resisti;
- bem-te-vi com os teus alçapões a oferecer-me frutas frescas com os teus ardis e eu resisti;
Bem-te-vi, bem-te-vi, bem-te-vi...Bem-te-vi, bem-te-vi, bem-te-vi...Bem-te-vi, bem-te-vi, bem-te-vi...
Se há um animal que tem uma plasticidade que historicamente lhe permite acomodar-se a um sem número de situações criadas pelo homem, este é o bem-te-vi. Hoje o bem-te-vi se urbanizou quase que definitivamente. Seu canto está no fio do telefone, na cobertura do apartamento, no arbusto que decora o jardim da casa, no telhado da casa, no terraço do apartamento.
Se pensa o homem que, com as suas ações ecologicamente incorretas, pode perseguir o bem-te-vi, saiba que a ação ou reação do bem-te-vi volta de ricochete, pois onde quer que esteja o homem o bem-te-vi seguirá o acusando, entoando um canto inconfundível que para sempre ecoará em seus ouvidos: bem-te-vi, bem-te-vi, bem-te-vi, bem-te-viiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii...

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sexta-feira, 2 de março de 2012

Preto Cunha disse...

Pena que não participei do grupo de estudantes que queriam se formar, pois logo fui para a Marinha, mas sempre que entrava de férias, vinha a São Luis rever os amigos, a Jane Mary de César de Bibi, é uma senhora muito bacana assim como o César.
Sabe Prego na segunda de carnaval nos encontramos na Turma do Saco.
Zé Costa,Cabeça, Chico Bahia, Laurindo, a Elzinha estava por lá, depois eu cheguei e soube que ZECO Kim esteve mais cedo e chorou quando viu tudo por lá, mais tarde chegou Jesus irmão de Elzinha, e o papo rolou por muito tempo acompanhado de umas cervejas, estávamos esperando a MITS, sair para o desfile, faltou você para completar, rolou muita conversa sobre as peripécias da turma no passado, estamos esperando uma confirmação sua para uma reunião, para conversarmos e contarmos algumas histórias do Codozinho.
Amigo, um abraço de Preto Cunha

24 de fevereiro de 2012 03:51

Baía disse...

Realmente meu caro amigo, é muito gratificante quando sem nos apercebermos, nos deparamos com alguém que ha muito não víamos, é só felicidade. Foi assim no dia que a nossa Turma do Saco desfilou, faltou você, César, Benedito..mas, estavam além de mim, Preto, Costa,Ratinho, Reginaldo, Bodinho, Pilu, a meninas de Bibi, Jibóia, Roberto Costa, Elzinha, Aparecida e esposo, Enfim, amigos tantos para sempre, eu era todo felicidade. Viajei anos luz quando vi aquela turma maravilhosa que fez e faz o nosso bairro eternizado, nosso Codozinho, Rua Euclides da Cunha, nossa rua branca. muito bom, domingo agora vai ter uma baita feijoada regada a velhas e gostosas lembranças, vais lá, não vais? Abraços.

28 de fevereiro de 2012 05:32

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Caros amigos Preto Cunha e Chiquinho Baía,
Este ano eu perdi o encontro com os amigos do Codozinho. Todas essas pessoas citadas por vocês são amigos muito queridos que eu adoraria encontrar. Mando um abraço grande para todos e agradeço-lhes por tomarem de mim a Página do LF, colocando-a a trabalho exclusivamente do Codozinho, ou de um Codozinho, uma vez que o Codozinho aqui falado não é exatamente o Codozinho que encontramos hoje quando vamos à Rua Euclides da Cunha. Estou feliz com tudo isso.
Quanto à reunião, marque a data e avise-me por favor. Me farei presente se Deus quiser.